Aqui eu planto minhas magoas esperando que floresça a esperança para um dia eu possa colher meus sonhos... Vanessa Laranjeira

23 de set. de 2014

SIM, EU SOU DAQUI



Desde menina me pergunto, de onde vem esse dom
Nunca vi meus pais ou irmãs, escrevendo versos ou canções
Mas um dia me chamaram para um certo festival de viola
Coloquei bota por estilo e fui pra ver como era aquilo. 

Lá eu menina tremer a voz de medo do publico
E publico ocasionar menina pra que ela não desista;
Vi dois meninos tocarem como adultos;
Pai e filho cantar história de vida;

Vi homenagem a compositor, tocador, cantor
Entre tantos talentos que nessa terra brotaram;
Vi um senhor já de alguma idade, com dificuldade subir no palco 
Mas com maestria declamar a vida.

Vi Sandro abrir mão do sobrenome 
Pra carregar no peito o nome de sua cidade
E com orgulho tirar o chapéu
Pra tocar na viola o hino do seu país.

Nesse exato momento aprendi
Que talento mesmo não tenho nenhum
Mas aqui estão minhas raízes
E aqui um dia darei meus frutos.

Sim, a viola bateu em mim
Colocou em meu peito o orgulho de dizer:
Sim, eu nasci aqui
Eu Sou Iacanguense.

Vanessa Laranjeira

  

4 de jun. de 2014


Perdida ela tenta descobrir o que deu errado:
Não foi a distância, nem o medo e muito menos a falta de tempo.
Foi sim essa mania de se iludir, teimando em amar sozinha.
Vanessa Laranjeira

20 de nov. de 2013

RACISMO


Sou morena de pele clara, tenho sangue negro
E me orgulho de ter uma alma mulata.

Não sou ingênua a ponto de não perceber o preconceito ao meu redor
Assim como não sou tão esperta para fugir do racismo que me rodeia

Sou apenas mais um vivendo entre brancos, negros e mestiços.
E percebo que muito melhor ser gente negra
Do que ser um mestiço racista.

Vanessa Laranjeira

19 de out. de 2012

DE PRINCESA A MULHER


Não sou do tipo princesa de contos
Que fica trancada no palácio
Esperando o príncipe chegar
Num belo cavalo branco

Também não sou do tipo de menina
Que leva uma vida moderninha 
Subindo na mesa e pulando na piscina
Escolhendo o gato pela cor do camaro

Há um tempo perdi o medo de bruxas
Deixei de me sentir princesa
E parei de engolir sapos

Hoje prefiro ser mulher
Do tipo que substitui qualquer príncipe
Por uma bela dose de whisky com limão

Vanessa Laranjeira

26 de set. de 2012

RECORDAÇÕES


Pensei em te fazer uma surpresa
Revirei meu baú de fotos
Recordando do que vivemos de fato

Te achei andando de bicicleta
Na estrada se jogando no carro
Te achei com toda a galera
Mas em nenhuma momento ao meu lado

Sem muita surpresa
Descobri que nunca te tive
E o amor que um dia senti
Hoje não serve nem mesmo pra ser recordado

Vanessa Laranjeira

19 de set. de 2012

PORTO SEGURO


De coração partido deixo você seguir o seu caminho
Não sou âncora para segurar seu barco
Impedindo que chegue ao horizonte
Pelo contrário...

As vezes me sinto como as águas,
Que te levam para longe,
Como o vento que guia a sua partida
Ou como as estrelas que iluminam seus sonhos.

Mas nada me deixaria mais feliz
Se você abrisse mão de  tudo que não sou
Só pra fazer de mim seu porto seguro.

Vanessa Laranjeira

24 de jul. de 2012

TURISTA


Entrei na papelaria da vida
Comprei o mapa da felicidade
E paguei com moedas de esperanças.

Andei pelas ruas do destino
Passei na avenida da paixão
E me sentei na praça da desilusão

Caminhei no museu do amor
Olhei os quadro da saudade
E encontrei esculturas de dor

Ao procurar um novo caminho
Descobri algo engraçado
O mapa que me guiava
Estava do lado errado.

Vanessa Laranjeira

8 de jul. de 2012

FORTE COMO CRISTAL


Se você acha que sou forte como rocha
Lembre-se que a água me molda
Se você pensa que sou firme como porcelana
Lembre-se que um dia eu fui lama

Quando você chegar perto lembre-se
Que sou frágil como cristal
Então muito cuidado com suas mãos de metal
Pois elas podem me fazer muito mal

Também não pense que sou frágil como papelão
Porque eu tenho um só coração
E me defendo com toda razão

Então não pense nada sobre mim
Apenas saiba que eu posso ser tudo
Aquilo que você nunca se quer imaginou

Vanessa Laranjeira

21 de mai. de 2012

REFÉM


Vendas nos olhos, carro acelerado, 
Algemas nas mãos e coração dilacerado.
É difícil saber o que mais dói
O corpo ou o sentimento de derrota.

Minhas mãos e pernas estão livres
Mas por algum motivo me sinto presa
Sou refém dos meus sentimento
Sou vigiada por meus medos

Corro o mais rápido que posso
Fujo de você de você como se fosse meu sequestrador
Corro como quem só quer sua vida de volta

Quanto mais corro, mais você se aproxima
Quando eu não quero você chega
E quando eu quero de se distancia. 

Vanessa Laranjeira  


8 de mai. de 2012

FALTA


Sinto falta do seu olhar safado
Do seu sorriso sedutor
Do seu jeito de menino 
E até da sua conversa de malandro


Sinto desejo pela sua pele morena
Pelo seu corpo malhado
Saudades do seu toque envolvente 
E da sua respiração acelerada.


Quero aquele seu beijo molhado
Acompanhado de um longo abraço apertado
Quero poder sentir novamente o seu calor.


Desejo mais seu corpo
Desejo mais que sua pele
Desejo que você também me deseje.


Vanessa Laranjeira